30 junho 2008

queria poder gritar o quanto tudo isso me faz mal. porque sou muito frágil. mas é mentira. me faz mal porque é idiota, é medíocre. e eu sou forte, sei que sim. [apesar de estar cambaleando desde o último golpe]. preciso só de um pouco mais de força. para aprender a lidar, para desapegar.

"eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro" [by caio f.], mas não deu. eu projetei quem eu queria que você fosse. todas aquelas coisas que me fascinavam em você na verdade eram minhas. e o pouco que sobrou é desagradável, me faz querer socar.

o problema está no simbólico. no sentido que eu atribuí à isso. no quanto desejei algo estável. no quanto quis te proteger. no quanto pensei que você me salvaria, even after that.

e ninguém salva ninguém de si mesmo, não é?

27 junho 2008

durante todo o tempo havia duas de você. foi como conviver com uma farsa daqueles filmes de baixo orçamento que acabam indo direto para as videolocadoras e depois ficam fadados a sessão da tarde ad infinitum. eram duas. tenho quase certeza. uma representa o início. da forma mais simples, sentada, me olhando. a outra é o final. desconfortável, em pé, numa parada de ônibus. não é como se eu não entendesse. racionalmente eu entendo. isso que sinto é só o ir e vir do estado de negação.

...

doloridocolorido

23 junho 2008

mudando aleatoriamente de canal durante a madrugada, um diálogo chamou minha atenção e god bless os roteiristas norte americanos.

- rose: we spent a night together and then you vanished. now i wish that i was secure enough to handle that without a bruised ego and a lot of processed sugar, but i'm not.

- derek: wait... can't we just make this easier? i don't... look, i don.t want... see, i've done complicated. i don't want to do that again. can't this just be easy? fun? we don't need that fairy-tale thing right now. we just need a little happy.

17 junho 2008

.every new beginning comes from some other beginning.s end.

as coisas estão indo embora.

sete meses atrás eu estava deixando curitiba.
um ano atrás, largando o jornal e trancando as faculdades.
dois anos atrás, estava sempre cansada.
três anos atrás, lembro de chorar muito.
quatro anos atrás, e meu destino trancafiado por mais quatro anos nessa cidade.

não sinto que aconteceu.
eu estava lá. eu vivi tanto. e não sinto que aconteceu.
parece que estou de voluntária numa vida que precisa de mim e que somente quando por aqui estiver tudo bem vou ser liberada para a vida de origem.

não imaginava que crescer era isso.
o acúmulo de momentos empoeirados.

15 junho 2008

chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo.

- caio fernando abreu [em 'lixo e purpurina', do livro ovelhas negras]

14 junho 2008

mais experimentações com a FM10:





13 junho 2008

desconstruindo o mito ou "a epopéia" parte V

21 anos na cara e eu nunca tinha pisado em são paulo. acho que justamente por isso [tá, o fato de ser carioca também ajudava] eu não via muita graça ali naquele cinza. sabia de toda a vida cultural, das infinitas possibilidades, blah blah blah whiskas sachet e pensava "férias ok, morar nunca".

eu fui pra lá na última semana de outubro e planejava ficar 15 dias. fiquei 20. e desde esses 20 dias já voltei lá duas vezes.

adorei o jeito como me senti única numa cidade onde todo mundo é diferente e nem por isso alguém se dá ao trabalho de reparar.

fiz todo o roteiro clássico: av. paulista, masp, av. augusta, 25 de março, mercado municipal, benedito calixto no sábado, estação da luz + museu da língua portuguesa, liberdade, galeria do rock, bella paulista, galeria ouro fino, usp.

e cinema! eu vi "nome próprio", "viagem a darjelling", "lírios d'água", "en la ciudad de sylvia", "a via láctea", "preço da coragem", "o passado". natal inteira tem 14 salas, sabe? só no quarteirão onde eu estava na consolação tinha o dobro disso.

no primeiro final de semana vi cibelle no auditório do ibirapuera. foi uma das coisas mais lindas. assim, o rolé foi super troncho. chegamos lá debaixo de uma chuva caceteira e os ingressos estavam esgotados por causa de uma lista de VIPS gigantesca [toda uma galera rica, porém pobre de espírito que tava lá pra fazer a social e não fazia nem idéia de quem era cibelle]. com muita raiva e sem poder ir embora por causa da chuva, ficamos por lá mesmo depois que o show começou. até que uns semi conhecidos saíram na metade e deram o ingresso pra gente tentar entrar. e pã! deu certo! vi umas seis músicas, mas valeu pelo local que é perfeito.


saca a iluminação...


durante a primeira semana, tudo me chocava... a quantidade de orientais, a quantidade de gente de terno, a quantidade de baldeações no metrô. ah, e principalmente o fato dos motoristas não fecharem o cruzamento.

dessa parte da viagem eu quase não tenho fotos. e um dia em particular eu queria muito ter lembrado de levar a máquina: quando eu fui conhecer a vila madalena. o bairro todo tem uma coisa agradável no ar, sei lá. subi e desci mil ladeiras, passei pela rua purpurina, fui ver uma exposição da beatriz milhazes [AMO] na galeria fortes vilaça, depois segui para a livraria da vila. fazia tempo que não me sentia tão em casa numa livraria [desde que a bueno faliu ano passado aqui em natal, eu só compro livro na internet].

no exato segundo que eu, toda faceira, coloquei o pé fora da livraria, são pedro deu uma de "me-beija-que-eu-sou-cineasta" e mandou A MAIOR CHUVA QUE EU JÁ TOMEI NA VIDA. bateu aquele impasse "vou vs. não vou", já era quase 17h30 e eu só imaginava o metrô ficando mais e mais lotado enquanto eu ficava mais e mais molhada. a ida tinha sido só descida, logo [oi, ME FUDI] a volta era só subida. nunca queiram saber o que é subir ladeira contra a correnteza. [lembrando agora me sinto uma das panteras, caralho.] quando finalmente cheguei no metrô e parei na fila para comprar o ticket, eu formava poça. não existia uma só parte do meu corpo seca. até o mp3 player que tava dentro da bolsa de couro passou um tempo falecido por afogamento. o horror, o horror.

no quesito "balada-clima-de-paquera-e-azaração" achei são paulo devagar. conheci o CB num dia que teve montage + uns djs capengas. gostei do espetáculo pirotécnico -barman taca fogo no balcão- no final da noite. mas a hostess continua sendo uma puta idiota. pronto, falei. também conheci a Pacha [boate de semi-celebridade] e fui de HAVAIANAS, só para polemizar porque eu tinha VIP. vi a angelita feijó, a maryeva e a karina bacchi. agora caipirinha por 18 reais é meu cu. depois fui no Vegas num dia de música eletrônica e, mermão, a única coisa boa daquela noite era a barwoman com os dois braços fechados de tatuagem maori.

inventei de ir ver um show do mombojó num tal Studio SP. uma merda. local ruim e apertado, público idiota, funcionários estúpidos, nem a banda tava boa nesse dia. agora abençoada seja aquela caipirinha de saquê que só me fez perceber tudo isso de leve, bem de leve.

são paulo é tão cosmopolita que logo no dia que decidimos "enfrentar" aquele rodízio numa churrascaria low profile, quem tava lá? lcd soundsystem, mixhell e sepultura. sabe o que é ter o james murphy do seu lado no buffet? EU SEI.

sobre os festivais... fui ao "planeta terra" e ao "nokia trends".

o planeta terra tinha tudo pra funcionar. local novo, bandas da moda e ingresso justo. quando cheguei lá na tal "vila dos galpões" tava terminando o show do tokyo police club que eu nem me dei ao trabalho de conferir, um pouco chateada porque antes tocou o pato fu e eu queria ter visto. com tempo livre, fomos andar até que desse a hora de lily allen. e o local é realmente muito foda. tinha galpões separando as coisas, tipo praça de alimentação, banheiros [que não fediam], uma semi feirinha... e tinha um gramado enorme com locais pra sentar. não choveu nesse dia e era super agradável ficar por ali.

os shows aconteciam em dois espaços diferentes e o da lily allen era a céu aberto. ela apareceu com um vestidinho feio, microfone verde limão e chinelo... fumou muito, tava bêbada e não cantava nada. decepção. fiquei até ela cantar smile e fui pro palco coberto ver css pós europa. MELDELS, era outra banda completamente. agora sim fazem jus ao cd, que é super bem produzido e no palco era só galhofa. até maria flor, a atriz gatinha da globo, tava lá curtindo. engraçado. um pouco depois da meia noite, no mesmo palco, começou o rapture. e foi O MELHOR SHOW DO ANO. explico: eu sei que eu tinha visto cat power e nouvelle vague e que isso para meu coração é incomparável. mas gostar de apresentação das suas bandas favoritas é uma coisa, se surpreender com uma banda que você não dava a mínima é outra totalmente diferente. e foi o que rolou. dancei tanto, mas tanto que vieram me perguntar que droga eu tinha tomado. ai, a felicidade...

já o nokia, eu fui com um pé atrás... não vou mentir. queria muito ver o phoenix e já que tava lá mesmo ia ver o she wants revenge. achei bem pobrinho o espaço lá no memorial da américa latina. o festival tava vazio, a área de circulação era rídícula com mil luzes piscando e o bar vender fichas de no mínimo r$ 10,00 foi o cúmulo do absurdo. as previsões se confirmaram, o show do phoenix foi ótimo, empolgante pra caralho, o vocalista se jogou no meio da galera esquecendo toda a origem francesa-blasé dele e eu gritei "too young" como se não houvesse amanhã. e o she wants revenge... bem, se aquilo é a "apresentação" deles ao vivo, eu escuto o cd em casa, muito obrigado.

minha despedida foi num karaokê gay na av. vieira de carvalho. chamava "boa noite, rainha" e vendia itaipava [precisava de mais o quê?]. bebi horrores, acompanhei o coro dos que cantavam, aplaudi loca uma galera. e na volta pra casa ainda dançamos "i.m a slave for you" pelas ruas da república.

saudade são paulo :~

11 junho 2008

i went to this shrine today. and, uhn, there were these monks and they were chanting. and i didn.t feel anything. you know?

- charlotte [personagem de scarllet johansson em "lost in translation"]

09 junho 2008

.todos querem se apaixonar sem se arriscar, nem se expor e nem sofrer.

e hoje, depois de um fim de semana repleto de altos e baixos, várias coisas ficaram claras. agora só queria que toda a sinceridade do mundo baixasse em mim e eu pudesse iluminar as pessoas.

por que ninguém quer se permitir ficar vulnerável?
por que tanto medo? tanta falta de vontade para confrontar?

vamos simplificar.
vamos nos apegar.

let it be.
let it bleed.

me sinto deslocada, no limbo dos que ainda acreditam.
porque TODA A HUMANIDADE parece que preferiu complicar.

vamos amar, baixar as guardas, alcançar o outro.

i got a very good friend who says
he can.t believe the love i give
is not enough to end your fears

08 junho 2008

pero ¿quién me dará la respuesta jamás usada?
alguna palabra que me ampare del viento,
alguna verdad pequeña en que sentarme
y desde la cual vivirme,
alguna frase solamente mía
que yo abrace cada noche,
en la que me reconozca,
en la que me exista.

- alejandra pizarnik

05 junho 2008

não sei qual música do rilo kiley fala mais sobre meu momento atual:

"i think i.ll go out and embarrass myself by getting drunk and falling down in the street"

ou

"with every broken heart we should become more adventurous..."

ou ainda

"i.m just bad news"

04 junho 2008

como prometido, voltei pra falar do trabalho. mas vou falar pouco porque já deu no saco. minha temática acabou sendo uma pira doida misturando marc augé, os não-lugares e o aeroporto daqui. as fotos ficaram meio lomo wannabe, apesar de terem sido feitas com uma nikon FM10. bom, eu gostei.






01 junho 2008

eu acho que nunca tinha me sentido tão estúpida.
e essa sensação não pára de crescer. como se eu estivesse alimentando a mediocridade passando adiante algo que eu mesma critiquei no passado. e caralho! é a segunda vez em menos de doze meses que eu me coloco numa situação dessas de querer estourar minha cabeça contra o asfalto por ter agido como eu não devia.

aí agora é só "chora fiona":
heaven help me for the way i am
save me from these evil deeds
before i get them done.