17 julho 2009

no café da manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas. e têm dias em que me sinto estrangeiro em montevidéu e em qualquer outra parte. nesses dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. as palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. então não estou onde estou. deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo, e não tenho, nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado.

- eduardo galeano [em o livro dos abraços]

05 julho 2009

aconteceu três vezes.
três vezes nos três últimos dias.
e não lembro de ter acontecido antes.
eu no carro tentando pisar no acelerador com o freio de mão puxado.
a metáfora da minha vida.
[tão típico]