31 dezembro 2008

é unânime. 2008 uó.

quando eu penso na década, dear lord, esse ano só não foi pior que 2005.
mas tudo bem, que hoje todos os blogueiros estão monotemáticos e nem é fino ficar reclamando.

eu [mezzo] defini minha vida acadêmica, finalmente jornalista [para o bem ou para o mal].
e o curso de letras-espanhol ficou resolvido assim: enquanto eu morar em natal, continuo frequentando. assim que surgir a chance de sair daqui, tranco. ou transfiro. ou largo de vez.

trabalhei em dois lugares. os dois eram um saco.
mas pelo menos bancaram meu carnaval em olinda, interpol em são paulo, semana santa em pipa, coquetel molotov em recife.

minha vida amorosa esse ano foi uma piada, 'porque penso nela e não consigo parar de rir' [citando comunidades do orkut].

em 2009, tudo irá mudar.
segundo a numerologia *haha* estou em um ano pessoal 9. ano de encerramento, de desfecho... fim de ciclo e tal. hora de dizer tchau a tudo que não presta para iniciar o próximo ciclo sem pendências.

feliz ano novo, criançada.

29 dezembro 2008

juliana diz:
vai conseguir levantar?
camila diz:
é só ficar 90°, depois é só uma questão de me arrastar...

[sobre ir trabalhar depois de duas horas de sono e ainda bêbada]

25 dezembro 2008

aquilo tinha sido feito por gente? (...) encolheu os ombros. talvez aquilo tivesse sido feito por gente. (...) provavelmente aquelas coisas tinham nomes. (...) livres dos nomes, as coisas ficavam distantes, misteriosas. não tinham sido feitas por gente. e os indivíduos que mexiam nelas cometiam imprudência. vistas de longe, eram bonitas. admirados e medrosos, falavam baixo para não desencadear as forças estranhas que elas porventura encerrassem.

- graciliano ramos [em vidas secas]

com minha vida social sendo esse grande filme iraniano sobre o tédio, tenho feito nada além de ler umas coisas para monografia.

e por mais preconceituosa que eu seja com teóricos, vezemquando aparece alguma coisa legal. olha o que eduardo pellanda, doutor em comunicação pela PUC-RS, diz:

"A escrita é codificada e decodificada de maneira linear e seqüencial por nós e portanto o hemisfério predominante do cérebro que age neste processo é o esquerdo. Esta parte é associada com as decisões lógicas e lineares do ser humano.

Já as novas mídias eletrônicas como a TV e o rádio são interpretadas com relacionamentos emocionais, o que faz predominar o hemisfério direito do cérebro neste processo."


e ainda surge um marshall mcluhan pra completar:

"A época eletrônica atual, em sua inevitável evocação da simultaneidade, apresenta a primeira grave ameaça ao predomínio - que já dura 2.500 anos – do hemisfério esquerdo. Não é de se admirar que os estudantes cujos cérebros direitos tem 18 anos de educação televisiva tenham problemas com os programas escolares para o hemisfério esquerdo."

nem sei se faz sentido para alguém, mas pelo menos explica porque eu acho a juventude atual tão idiota.

24 dezembro 2008

.don.t know why there.s no sun up in the sky.

eu não sou essas fortalezas todas, sabe? mas existem épocas na vida em que tudo adquire um peso tão grande. e você fica só se perguntando se você diminuiu ou se tudo ao redor ganhou essa proporção gigantesca enquanto você dormia.

por que tanta dor?

e nem falo da quantidade massiva de doenças que pipocou por aqui. [apesar do cansaço, há saída]. é só que nao consigo concordar com tanta mediocridade. tá todo mundo gratuitamente se magoando... isso me atinge, nem sei como, mas atinge. [para 2009, mais leveza]

.keeps raining all of the time.

11 dezembro 2008

12 novembro 2008

this is you. eyes closed, out in the rain. you never thought you.d be doing something like this, you never saw yourself as, i don.t know how you.d describe it... is like one of those people who like looking up at the moon, who spend hours gazing at the waves or the sunset or... i guess you know the kind of people i.m talking about. maybe you don.t.

anyway, you kind of like being like this, fighting the cold, feeling the water seep through your shirt and getting through your skin. and the feel of the ground growing soft beneath your feet. and the smell. and the sound of the rain hitting the leaves. all the things they talked about in the books you haven.t read.

this is you, who would have guessed it?
you.

- ann [personagem de sarah polley em "my life without me"]

10 novembro 2008

das poucas vezes que arriei os quatro pneus por alguém, nada ficou tão forte na lembrança quanto as músicas da ocasião. seja por ter ouvido ainda com a pessoa, ou por ter ouvido durante a fossa... as mais importantes são essas aí:

#1
belle and sebastian - she.s losing it
cocorosie - terrible angels
euterpia - brechot do brega
le tigre - deceptacon
metric - calculation theme
mombojó - nem parece, absorva, faaca
nina simone - i put a spell on you
simona talma - cotidiano
tricky - makes me wanna die

#2
beach boys - here today
franny glass - cine y libros
josé gonzález - hand on your heart
lykke li - a little bit
moldy peaches - nothing came out
mutantes - baby
phoenix - too young
tegan and sara - walking with a ghost
the do - at last


[meu tédio adora fazer listas, incrível]

02 novembro 2008

passei a tarde conversando sobre o quanto as coisas têm sido injustas. sobre o desespero que dá quando você percebe que toda aquela sensação boa de frio na barriga não é recíproca. e relê emails, logs de conversa, mensagens no celular. acaba escrevendo qualquer coisa brega que tente representar tanto sentimento estancado. recita pela milésima vez 'a canção desesperada' de neruda. escuta todas as músicas doloridas, e chora chora chora.

mas em algum momento - seja por esgotamento das forças ou por superação - em algum momento, eu juro, você olha a pessoa e vê um oco. talvez até fique triste, só que é uma tristeza diferente... meio a ver com pena. porque você dedicou uma parte tão grande do seu afeto e a pessoa claramente não soube lidar. e agora fica aí andando oca na vida.

no entanto, independente da outra pessoa ser mesmo uma idiota vazia que merece sofrer lentamente, você ainda tem aquele mísero fio de esperança de que talvez, apenas talvez, se ela viesse e se desculpasse, com jeitinho e duas vezes, tudo ficaria bem de novo. afinal, amores serão sempre amáveis [by chico buarque]. haha.

isso, claro, não vai acontecer. pelo contrário, você irá sair toda serelepe de casa e ao encontrar o alvo de sua estima e danação todos aqueles pensamentos úteis sobre a pessoa ser apenas um oco murcham como brócolis.

não que a presença te incomode, longe disso. mas quando você pensa que naquele mesmo local, durante aquele mesmo festival, porém um ano atrás, você estava levinha, boba, reparando o tempo todo uma pessoa que nem sabia da sua existência e que, ainda por cima, namorava, e agora - depois de ter ganhado e perdido a pessoa - lá estava você vendo um replay bizarro: o alvo da estima e danação com a mesma pessoa de um ano atrás.

todo te lo tragaste. como la lejanía. como el mar. como el tiempo.

18 outubro 2008

o amor entre ele e tereza certamente era belo, mas também cansativo: era preciso sempre esconder alguma coisa, dissimular, fingir, retificar o que dizia, levantar-lhe o moral, consolá-la, provar continuamente que a amava, suportar as reprovações de seu ciúme, de seu sofrimento, de seus sonhos, sentir-se culpado, justificar-se e se desculpar...

- tomas [em a insustentável leveza do ser, de milan kundera]

16 outubro 2008

as coisas não estavam boas para o meu lado. eu não estava conseguindo me desvencilhar. e escrevi ontem durante uma aula: passados oito dias, ainda esperava uma palavra, uma ligação, qualquer coisa contundente que viesse de você e me alegrasse o dia.

assim mesmo, bem loser e bem fucking-needy. mas hoje veio o feriado, veio uma disposição sobre-humana de ir ao mar e chegando lá tive aquela conversa com yemanjá. falei de como estava me sentindo, pedi ajuda para voltar a fazer sentido sozinha e mergulhei mentalizando a água levando todos os pensamentos indesejáveis.

óbvio que o destino, sendo esse personagem fugido do saturday night live, não sabe a hora de parar de brincar. e, no final da tarde, lá estava na porta do meu quarto o alvo de minha estima e danação. e como lidar com o inesperado dessa forma? não lidando né?

recebi um presente, um pedido de desculpa pelo 'desastroso atraso' e uns minutos de conversa sobre banalidades.

[quanta ambivalência nessa vida]

10 outubro 2008

coda ou "a epopéia" parte VI

em novembro do ano passado, eu fui de são paulo para curitiba com planos de passar cinco dias em buenos aires e dez dias no paraná. eu já tinha 40 pesos comprados, uma amiga ia me pegar no aeroporto de ezeiza, everything was beautiful and nothing hurt.

o roteiro era chegar em curitiba, ir para casa de aninha e menos de 24h depois já estar no avião. minha ansiedade atingia níveis estratosféricos. era a primeira viagem internacional e logo para argentina [meu país preferido de todos os tempos]. ana me deixou no ponto onde passa um ônibus direto para o aeroporto, fui bonitinha, fiz check in, e quando chegou na hora de passar pela polícia federal simplesmente o policial olhou meus documentos e disse 'você não vai'. eu com aquela cara de 'what nigga?'. e ele 'você não vai'.

segundo ele, o problema era que minha identidade foi expedida por órgão militar e não civil. e que o acordo de reciprocidade entre os países do mercosul só prevê viagem de brasileiro portador de identidade civil. oi? claro que na hora eu sozinha, chocada, menina-encolhida-no-canto-de-castigo NEM SOUBE REAGIR e tentando segurar o choro disse que aquilo não tinha nada a ver, que meu RG segue sendo meu RG independente do órgão emissor. claro que ele disse que eu estava errada e havia sido mal instruída pela companhia aérea. nessa hora não agüentei, botei o rabinho entre as pernas, comecei a chorar e voltei pro balcão da GOL.

expliquei a história e eles concordaram com a polícia federal [!!!], insinuando que EU não tinha lido as letras miúdas do contrato ao comprar a passagem, e tipos amo letras miúdas, amigo. li tudo, garanto. mas com eles nem tinha conversa, já era 'me diga como é sua mala para mandarmos buscar', e no auge do comportamento passivo-agressivo falei 'preta de rodinha', rá. podia ter facilitado tudo falando da fita über colorida do senhor do bonfim, mas nem.

uma itaipu em lágrimas depois, o cara chega com a mala e me transfere para outro guichê da GOL para tentar resolver a questão do cancelamento da passagem. explico pra mocinha que preciso cancelar porque não pude embarcar e ela 'você chegou atrasada?'. desabei, a pobre recebeu toda a carga do meu ódio. entre soluços eu falei [mezzo gritando] que não, que tinha chegado cedo e que o ridículo do policial só estava fazendo tudo aquilo porque eu não tinha como recorrer, porque eu estava sozinha e morava em natal, que meu pai era militar e eu não ia ter duas identidades com o mesmo número. eu tava tão devastada com a situação que a moça teve pena e nem a taxa de serviço pela emissão da passagem ela cobrou, e recebi o dinheiro todo de volta.

agora só pra deixar claro, todos os sites do ministério das relações exteriores, sobretudo o de apoio a brasileiros no exterior, dizem que:

é documento parte do acordo de mobilidade "Cédula de Identidade expedida por cada Estado da Federação com validade nacional". ou seja, EU ESTAVA CERTA. e posso processar a polícia federal.

e como life only gets better... depois de todo o drama fui ligar para ana para descobrir como voltar, quem disse que ana estava em casa? ou atendia o celular? eu não tinha o endereço, o aeroporto ficava em outro município, logo um táxi seria os olhos da cara e eu, de tão perdida, não raciocinava.

liguei a cobrar para outra amiga que nem sabia que eu estava em curitiba, muito menos que estava indo para bsas. e ela, na atitude mais altruísta do mundo, foi me buscar na mesma hora. para tentar melhorar tudo ela ainda me levou ao mercado municipal. comprei o melhor do sul do país: morango e chocolate. só consegui falar com ana à noite, mas deu tudo certo.

nunca pensei que a cidade fosse ser tão bonita, cada dia visitávamos um parque mais lindo que o outro. em compensação, jurava que ia ver milhares de pessoas atraentes pelas ruas e nada! uma galera com cara de camponesa, meio cheinha... culpa da polenta, acho.

sinto muita saudade dessa primavera. de sair toda agasalhada para andar na feirinha do largo da ordem. de irmos ao jardim botânico passar a tarde inteira comendo ameixas deitadas de barriga pra cima, sorrindo nossas bobagens e cantando belle and sebastian.


 



saudade também do dia na ópera de arame e depois na pedreira paulo leminski [e nossas fotos saltando haha]. esse dia é tão especial na minha memória. depois da pedreira seguimos para o parque tanguá... vazio vazio, andamos até um deck, deitamos. uns raios de sol morninhos vinham... e contra todas as possibilidades nós três, do nordeste, ficamos ali blusas levantadas pegando sol no sul do país. nessa hora fotografei uma nuvem em formato de coração, vejam só como curitiba é pura poesia. na saída do parque, como boa gorda, convenci as meninas a irmos na padaria comprar bolo de chocolate. levamos o bolo e fomos conhecer a suposta melhor batata frita da cidade num boteco gracioso chamado 'pudim'. e a noite terminou: bolo + batata frita + cerveja. fomos andando de volta pro apartamento gargalhando. todos os dias poderiam ser assim.




tudo em curitiba é bem cuidado. os bares que conheci lá são todos infinitamente melhores que os daqui. o VU, o wonka, o mafalda. um pessoal que se preocupa com decoração, com bom atendimento... natal tem tanto a aprender.

fomos conhecer a torre das mercês, um andar panorâmico numa torre da brasil telecom e que funciona como ponto turístico. o mirante tem uns 90m de altura e dá pra ver a cidade 360°, nunca vi tanto verde em uma capital... chega dá esperança no mundo.

vimos o show do 'wandula' no sesc. e que espetáculo maravilhoso! a banda é tão boa que nem parecia brasileira haha. tinha de tudo no palco: harpa, xilofone, piano, escaleta, acordeon, violoncelo, guitarra, baixo... hipnotiza. é tudo feito com muito cuidado, um dos shows mais envolventes que já fui.


sempre tive preconceito com museu até conhecer o da língua portuguesa em são paulo e calar a boca. em curitiba fomos ao museu oscar niemeyer. e como lá é lindo! nunca me imaginei falando isso de um museu, mas foi uma tarde inteira perdida lá dentro, achando tudo genial. vimos exposição do pablo atchugarry [que eu já tinha visto em brasília e que faz umas coisas soberbas com mármore], uma seleção de fotos chamada instantâneos da felicidade, uma área em homenagem ao próprio niemeyer, a sala sensorial da amelia toledo [com aqueles espelhos que engordam e emagrecem], a "autobiografia do gesto" de emanoel araújo e o acervo do museu da solidariedade [chile] pela primeira vez no brasil. fico sendo repetitiva e falando que tudo era bonito, mas é porque era mesmo. até o banheiro do museu era lindo! aqui na roça onde vivo nem museu [que preste] tem.

ainda conhecemos outros parques. tivemos várias outras tardes de caminhada [com trufas de chocolate branco]. fomos à biblioteca, ao cinema, ao centro. tudo é divertido com as meninas por perto. que falta curitiba me faz.


18 setembro 2008

.soçobrar.

"prezada divindade ou autoridade equivalente, prezado universo, prezado. sei lá, COSMO ou qualquer coisa que reja ou explique as malditas coisas. prezado algo aí, a contemplar o circo de mi bida, certamente às gargalhadas e arrotando pipocas. prezada qualquer coisa. qualquer coisa, por favor. qualquer coisa. que seja esse o fundo do poço afinal. que sejam esses os últimos minutos disso. eu preciso retomar. eu sinceramente acho que já aprendi o bastante. ou que posso aprender sem precisar estar sangrando e urrando e perguntando porquêêêêêêêêêêêê.

eu queria os trilhos debaixo das minhas rodas."

uma amiga escreveu isso e é incrível como as palavras dela refletem exatamente o momento de agora.

eu preciso mudar.

09 setembro 2008

note to self: em momentos de desespero, saber que eu ainda sou aquela que só almeja uma casa, vários gatos, uma horta e uma máquina de costura.

07 setembro 2008

gosto tanto de:

observar meus gatos, dar abraços, perder peso, espreguiçar, estalar os dedos, fazer as malas, aprender coisas novas, compartilhar as músicas que gosto, escutar outros idiomas mesmo sem entender nada, dormir e acordar naturalmente, rir até doer as bochechas, perceber o quanto gosto de alguém, entender referências não-convencionais, cantar alto sozinha em casa, andar de mãos dadas, terminar de ler bons livros, descobrir lugares novos para comer, receber sms, ser desafiada a ser melhor, saber toda a letra de uma música, acompanhar as olimpíadas, fazer planos, encontrar pessoas que gosto por acaso, tirinhas do liniers, desenhos do alberto montt, rímel, fotografias em p&b ou tiradas com lomo/holga, a sensação de arrebatamento/abestalhamento quando gosto de alguém, aeroportos, cheiro de grama cortada, nutella, camisetas feitas com stencil, primavera, xilofones, good hair days, orgasmos, chocolate.

02 setembro 2008

.felicidade clandestina.

ver meus favoritos no flickr sempre me dá vontade de sorrir.

21 agosto 2008

eu não vou mentir que tomei preguiça desse lance de blog. só que as coisas deram uma volta 180°, toda uma fase boa e achei válido enumerar [não que eu vá esquecer, é só para tomar consciência mesmo].

parei de roer as unhas, não voltei a engordar, voltei a trabalhar, me rematriculei em letras e volto esse semestre, encerrei toda a grade de jornalismo e agora só falta a monografia, consegui achar dois sapatos lindos [porque se eu dependesse das sapatarias de natal eu passaria o resto da vida revezando all star e havaiana] e vi outro show do pato fu <3

até que estou gostando do segundo semestre.
(:

17 agosto 2008

03 agosto 2008

uns dias atrás, até, eu poderia, ainda, pedir para você me salvar deste nada que sinto agora. mas o tempo... e depois de atravessar o caminho dos apaixonados, tendo passado o cruel de revê-la e, enfim, notar que você não é incrível, ocorre-me uma sensação ridícula, de que eu é que te fiz mal. poderia mesmo, se você não fosse surda, ligar para pedir desculpas. acho, contudo, que o melhor é não insistir mais nesse chicletinho. pensar em você é tão enfadonho que renuncio. que liberto-a de mim.

- fernanda young [em efeito urano]

22 julho 2008


passei o dia encantada com essa imagem.
daqui: rio, etc.

17 julho 2008

14 julho 2008

aí estou eu linda ouvindo tom bloch enquanto espero uma nota sair no sistema acadêmico da ufrn e o pedro canta "deixou pelo caminho ferro e pashmina". what the hell is pashmina néam?

fui googlar, óbvio. e descobri esse site maravilhoso explicando não apenas o que é pashmina como também ensinando a diferenciar entre ela e cashmere.

"a diferença se deve ao fato de apenas o sub-pêlo da barriga das cabras selvagens serem [sic] usados para a produção da pashmina. já o cashmere aproveita o pêlo das cabras na sua totalidade."

eu dei uma gargalhada tão grande com isso.
só conseguia pensar na sheila do terça insana...




vamoesquiar?

10 julho 2008

06 julho 2008

note to self: sair de natal o mais rápido possível.

04 julho 2008

esses dias bateu uma saudade de ser adolescente. de não ficar só bebendo e reclamando. saudade de jogos de tabuleiro, de mímica, de ficar largada em colchões com mil pessoas vendo filme. acho que é saudade da leveza que existia em tudo isso.

porque eu tenho muito pouco de adulta. e gosto de manter o cuidado com os detalhes. mas parece que algo foi se perdendo lentamente. lembro de mim mais doce, vejo que agora me irrito com mais facilidade.

me lembrei agora de um dia em 2007 quando no meio da tarde, sentada numa mesa de bar, tive que ouvir que minha forma de levar a vida era imatura, que eu me fechava à muitas coisas, que estar na comunidade "i.m ok with being unimpressive" era idiota.

sendo que eu acredito na teoria do 'cada um no seu quadrado'. eu sou absolutamente comum e isso não me perturba. não vejo sentido em stand out from the crowd. não preciso de aprovação. não preciso do reconhecimento alheio para validar alguma coisa.

ao mesmo tempo, não nego que tenho pontos a melhorar. uma de minhas metas para 2008 é ser menos xiita. e eu tento, estou sempre tentando. não pelos outros, mas para tentar manter a tal leveza do primeiro parágrafo.

01 julho 2008

hoje é o primeiro dia do segundo semestre de 2008. e tendo em vista o primeiro semestre só tenho dois pedidos: mais sexo e menos dívidas. por favor!

30 junho 2008

queria poder gritar o quanto tudo isso me faz mal. porque sou muito frágil. mas é mentira. me faz mal porque é idiota, é medíocre. e eu sou forte, sei que sim. [apesar de estar cambaleando desde o último golpe]. preciso só de um pouco mais de força. para aprender a lidar, para desapegar.

"eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro" [by caio f.], mas não deu. eu projetei quem eu queria que você fosse. todas aquelas coisas que me fascinavam em você na verdade eram minhas. e o pouco que sobrou é desagradável, me faz querer socar.

o problema está no simbólico. no sentido que eu atribuí à isso. no quanto desejei algo estável. no quanto quis te proteger. no quanto pensei que você me salvaria, even after that.

e ninguém salva ninguém de si mesmo, não é?

27 junho 2008

durante todo o tempo havia duas de você. foi como conviver com uma farsa daqueles filmes de baixo orçamento que acabam indo direto para as videolocadoras e depois ficam fadados a sessão da tarde ad infinitum. eram duas. tenho quase certeza. uma representa o início. da forma mais simples, sentada, me olhando. a outra é o final. desconfortável, em pé, numa parada de ônibus. não é como se eu não entendesse. racionalmente eu entendo. isso que sinto é só o ir e vir do estado de negação.

...

doloridocolorido

23 junho 2008

mudando aleatoriamente de canal durante a madrugada, um diálogo chamou minha atenção e god bless os roteiristas norte americanos.

- rose: we spent a night together and then you vanished. now i wish that i was secure enough to handle that without a bruised ego and a lot of processed sugar, but i'm not.

- derek: wait... can't we just make this easier? i don't... look, i don.t want... see, i've done complicated. i don't want to do that again. can't this just be easy? fun? we don't need that fairy-tale thing right now. we just need a little happy.

17 junho 2008

.every new beginning comes from some other beginning.s end.

as coisas estão indo embora.

sete meses atrás eu estava deixando curitiba.
um ano atrás, largando o jornal e trancando as faculdades.
dois anos atrás, estava sempre cansada.
três anos atrás, lembro de chorar muito.
quatro anos atrás, e meu destino trancafiado por mais quatro anos nessa cidade.

não sinto que aconteceu.
eu estava lá. eu vivi tanto. e não sinto que aconteceu.
parece que estou de voluntária numa vida que precisa de mim e que somente quando por aqui estiver tudo bem vou ser liberada para a vida de origem.

não imaginava que crescer era isso.
o acúmulo de momentos empoeirados.

15 junho 2008

chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo.

- caio fernando abreu [em 'lixo e purpurina', do livro ovelhas negras]

14 junho 2008

mais experimentações com a FM10:





13 junho 2008

desconstruindo o mito ou "a epopéia" parte V

21 anos na cara e eu nunca tinha pisado em são paulo. acho que justamente por isso [tá, o fato de ser carioca também ajudava] eu não via muita graça ali naquele cinza. sabia de toda a vida cultural, das infinitas possibilidades, blah blah blah whiskas sachet e pensava "férias ok, morar nunca".

eu fui pra lá na última semana de outubro e planejava ficar 15 dias. fiquei 20. e desde esses 20 dias já voltei lá duas vezes.

adorei o jeito como me senti única numa cidade onde todo mundo é diferente e nem por isso alguém se dá ao trabalho de reparar.

fiz todo o roteiro clássico: av. paulista, masp, av. augusta, 25 de março, mercado municipal, benedito calixto no sábado, estação da luz + museu da língua portuguesa, liberdade, galeria do rock, bella paulista, galeria ouro fino, usp.

e cinema! eu vi "nome próprio", "viagem a darjelling", "lírios d'água", "en la ciudad de sylvia", "a via láctea", "preço da coragem", "o passado". natal inteira tem 14 salas, sabe? só no quarteirão onde eu estava na consolação tinha o dobro disso.

no primeiro final de semana vi cibelle no auditório do ibirapuera. foi uma das coisas mais lindas. assim, o rolé foi super troncho. chegamos lá debaixo de uma chuva caceteira e os ingressos estavam esgotados por causa de uma lista de VIPS gigantesca [toda uma galera rica, porém pobre de espírito que tava lá pra fazer a social e não fazia nem idéia de quem era cibelle]. com muita raiva e sem poder ir embora por causa da chuva, ficamos por lá mesmo depois que o show começou. até que uns semi conhecidos saíram na metade e deram o ingresso pra gente tentar entrar. e pã! deu certo! vi umas seis músicas, mas valeu pelo local que é perfeito.


saca a iluminação...


durante a primeira semana, tudo me chocava... a quantidade de orientais, a quantidade de gente de terno, a quantidade de baldeações no metrô. ah, e principalmente o fato dos motoristas não fecharem o cruzamento.

dessa parte da viagem eu quase não tenho fotos. e um dia em particular eu queria muito ter lembrado de levar a máquina: quando eu fui conhecer a vila madalena. o bairro todo tem uma coisa agradável no ar, sei lá. subi e desci mil ladeiras, passei pela rua purpurina, fui ver uma exposição da beatriz milhazes [AMO] na galeria fortes vilaça, depois segui para a livraria da vila. fazia tempo que não me sentia tão em casa numa livraria [desde que a bueno faliu ano passado aqui em natal, eu só compro livro na internet].

no exato segundo que eu, toda faceira, coloquei o pé fora da livraria, são pedro deu uma de "me-beija-que-eu-sou-cineasta" e mandou A MAIOR CHUVA QUE EU JÁ TOMEI NA VIDA. bateu aquele impasse "vou vs. não vou", já era quase 17h30 e eu só imaginava o metrô ficando mais e mais lotado enquanto eu ficava mais e mais molhada. a ida tinha sido só descida, logo [oi, ME FUDI] a volta era só subida. nunca queiram saber o que é subir ladeira contra a correnteza. [lembrando agora me sinto uma das panteras, caralho.] quando finalmente cheguei no metrô e parei na fila para comprar o ticket, eu formava poça. não existia uma só parte do meu corpo seca. até o mp3 player que tava dentro da bolsa de couro passou um tempo falecido por afogamento. o horror, o horror.

no quesito "balada-clima-de-paquera-e-azaração" achei são paulo devagar. conheci o CB num dia que teve montage + uns djs capengas. gostei do espetáculo pirotécnico -barman taca fogo no balcão- no final da noite. mas a hostess continua sendo uma puta idiota. pronto, falei. também conheci a Pacha [boate de semi-celebridade] e fui de HAVAIANAS, só para polemizar porque eu tinha VIP. vi a angelita feijó, a maryeva e a karina bacchi. agora caipirinha por 18 reais é meu cu. depois fui no Vegas num dia de música eletrônica e, mermão, a única coisa boa daquela noite era a barwoman com os dois braços fechados de tatuagem maori.

inventei de ir ver um show do mombojó num tal Studio SP. uma merda. local ruim e apertado, público idiota, funcionários estúpidos, nem a banda tava boa nesse dia. agora abençoada seja aquela caipirinha de saquê que só me fez perceber tudo isso de leve, bem de leve.

são paulo é tão cosmopolita que logo no dia que decidimos "enfrentar" aquele rodízio numa churrascaria low profile, quem tava lá? lcd soundsystem, mixhell e sepultura. sabe o que é ter o james murphy do seu lado no buffet? EU SEI.

sobre os festivais... fui ao "planeta terra" e ao "nokia trends".

o planeta terra tinha tudo pra funcionar. local novo, bandas da moda e ingresso justo. quando cheguei lá na tal "vila dos galpões" tava terminando o show do tokyo police club que eu nem me dei ao trabalho de conferir, um pouco chateada porque antes tocou o pato fu e eu queria ter visto. com tempo livre, fomos andar até que desse a hora de lily allen. e o local é realmente muito foda. tinha galpões separando as coisas, tipo praça de alimentação, banheiros [que não fediam], uma semi feirinha... e tinha um gramado enorme com locais pra sentar. não choveu nesse dia e era super agradável ficar por ali.

os shows aconteciam em dois espaços diferentes e o da lily allen era a céu aberto. ela apareceu com um vestidinho feio, microfone verde limão e chinelo... fumou muito, tava bêbada e não cantava nada. decepção. fiquei até ela cantar smile e fui pro palco coberto ver css pós europa. MELDELS, era outra banda completamente. agora sim fazem jus ao cd, que é super bem produzido e no palco era só galhofa. até maria flor, a atriz gatinha da globo, tava lá curtindo. engraçado. um pouco depois da meia noite, no mesmo palco, começou o rapture. e foi O MELHOR SHOW DO ANO. explico: eu sei que eu tinha visto cat power e nouvelle vague e que isso para meu coração é incomparável. mas gostar de apresentação das suas bandas favoritas é uma coisa, se surpreender com uma banda que você não dava a mínima é outra totalmente diferente. e foi o que rolou. dancei tanto, mas tanto que vieram me perguntar que droga eu tinha tomado. ai, a felicidade...

já o nokia, eu fui com um pé atrás... não vou mentir. queria muito ver o phoenix e já que tava lá mesmo ia ver o she wants revenge. achei bem pobrinho o espaço lá no memorial da américa latina. o festival tava vazio, a área de circulação era rídícula com mil luzes piscando e o bar vender fichas de no mínimo r$ 10,00 foi o cúmulo do absurdo. as previsões se confirmaram, o show do phoenix foi ótimo, empolgante pra caralho, o vocalista se jogou no meio da galera esquecendo toda a origem francesa-blasé dele e eu gritei "too young" como se não houvesse amanhã. e o she wants revenge... bem, se aquilo é a "apresentação" deles ao vivo, eu escuto o cd em casa, muito obrigado.

minha despedida foi num karaokê gay na av. vieira de carvalho. chamava "boa noite, rainha" e vendia itaipava [precisava de mais o quê?]. bebi horrores, acompanhei o coro dos que cantavam, aplaudi loca uma galera. e na volta pra casa ainda dançamos "i.m a slave for you" pelas ruas da república.

saudade são paulo :~

11 junho 2008

i went to this shrine today. and, uhn, there were these monks and they were chanting. and i didn.t feel anything. you know?

- charlotte [personagem de scarllet johansson em "lost in translation"]

09 junho 2008

.todos querem se apaixonar sem se arriscar, nem se expor e nem sofrer.

e hoje, depois de um fim de semana repleto de altos e baixos, várias coisas ficaram claras. agora só queria que toda a sinceridade do mundo baixasse em mim e eu pudesse iluminar as pessoas.

por que ninguém quer se permitir ficar vulnerável?
por que tanto medo? tanta falta de vontade para confrontar?

vamos simplificar.
vamos nos apegar.

let it be.
let it bleed.

me sinto deslocada, no limbo dos que ainda acreditam.
porque TODA A HUMANIDADE parece que preferiu complicar.

vamos amar, baixar as guardas, alcançar o outro.

i got a very good friend who says
he can.t believe the love i give
is not enough to end your fears

08 junho 2008

pero ¿quién me dará la respuesta jamás usada?
alguna palabra que me ampare del viento,
alguna verdad pequeña en que sentarme
y desde la cual vivirme,
alguna frase solamente mía
que yo abrace cada noche,
en la que me reconozca,
en la que me exista.

- alejandra pizarnik

05 junho 2008

não sei qual música do rilo kiley fala mais sobre meu momento atual:

"i think i.ll go out and embarrass myself by getting drunk and falling down in the street"

ou

"with every broken heart we should become more adventurous..."

ou ainda

"i.m just bad news"

04 junho 2008

como prometido, voltei pra falar do trabalho. mas vou falar pouco porque já deu no saco. minha temática acabou sendo uma pira doida misturando marc augé, os não-lugares e o aeroporto daqui. as fotos ficaram meio lomo wannabe, apesar de terem sido feitas com uma nikon FM10. bom, eu gostei.






01 junho 2008

eu acho que nunca tinha me sentido tão estúpida.
e essa sensação não pára de crescer. como se eu estivesse alimentando a mediocridade passando adiante algo que eu mesma critiquei no passado. e caralho! é a segunda vez em menos de doze meses que eu me coloco numa situação dessas de querer estourar minha cabeça contra o asfalto por ter agido como eu não devia.

aí agora é só "chora fiona":
heaven help me for the way i am
save me from these evil deeds
before i get them done.

28 maio 2008

consegui escolher meu tema.
e vou fazer o *caham* "ensaio fotográfico" hoje.
até esse momento [antes da execução], a idéia parece genial... vamos ver depois.
se eu gostar do resultado, coloco aqui.
e a parte que me preocupava - do texto complementar - vai encaixar direitinho com as paranóias de um teórico que eu tô lendo.

agora é só contar com o bom humor do professor.

21 maio 2008

preciso de ajuda!
eu tenho o seguinte trabalho para fazer:

produzir uma narrativa visual fotográfica, a partir de uma temática livre, composta por 10 (dez) fotografias em qualquer formato (vertical ou horizontal) e em qualquer plano, tendo abaixo de cada fotografia um texto complementar (como uma foto-legenda, corpo 12, espaço de entrelinhas simples).

e não acho nenhuma temática interessante.

todo mundo tá me sugerindo estética da pobreza. só que eu odeio essas merdas. ficar fotografando mendigo, vendedor ambulante, criança de interior e bairro pobre não é comigo. acho muito fácil ir lá, conversar, fotografar, usar a imagem e não se assumir como mais um idiota da classe média.

me lembro até de um trecho de closer, quando a alice fala algo como "all the glittering assholes who appreciate art say it's beautiful 'cause that's what they wanna see"... para sentirem que têm muita consciência social. e todo mundo sabe que nada pior do que capitalista com pinta de politizado.

bom, agora fica a interrogação: que temática usar para as dez fotos? tenho 11 dias.

20 maio 2008

de platônico para recíproco.

longos doze meses.

18 maio 2008

quando eu tô sozinha e penso nisso tudo - na força do email há um ano atrás, nas palavras da noite de ontem - me pergunto se existe mesmo poder da mente.

eu nunca quis tanto algo com tanta chance de se tornar real.

bem vinda, esperança.

17 maio 2008

note to self: nenhuma circunstância de unsafe sex vale essa maldita dor de cabeça. caralho.

15 maio 2008

lost in translation versão cupcake.



.daqui.

12 maio 2008

adolescência é provavelmente o tema mais batido do universo. já pegaram todos os clichês possíveis e fizeram um roteiro... tudo tão idiota ou estereotipado. o que eu não entendo é como pode que um período com tanta carga emocional seja retratado com tanta superficialidade?

eu sempre achei que o mais legal da adolescência era a incrível dimensão das coisas. nada é meio termo. os sentimentos todos aparecem em hipérboles e as frustrações ainda não começaram a fazer o seu papel de gradualmente deixarem a gente mais amargo e descrente.

aí esses dias eu vi esse filme francês chamado "lírios d'água" [naissance des pieuvres, 2007] e foi uma das melhores coisas já feitas sobre essa fase.


o filme é basicamente: garotas com 15 anos, nado sincronizado, growing up. tem a marie que é tímida e ainda tem jeito de criança e a floriane que é a dona das atenções masculinas e meio convencida. o filme não tem adultos e quase não tem meninos também. é uma visão feminina bem introspectiva do que é estar ali no meio do caminho entre a infância e a vida adulta.


marie fica completamente encantada com floriane desde a primeira vez que a vê, uma sensação que tem mais a ver com despertar dos sentimentos do que da sexualidade. e tenta se aproximar dessa menina que por ser muito bonita não tem nenhuma amiga. a relação delas começa como uma mistura de amor e submissão. floriane usa a forma como marie se sente para conseguir favores. mesmo que "a forma como marie se sente" ainda não seja clara para nenhuma das duas.


e o filme se concentra nelas, no que cada uma está passando durante esse processo de becoming a woman. é como espiar por um buraquinho uma história muito particular. não sei se cabe comparar, mas de alguma forma me lembrou "virgens suicidas" [the virgin suicides, 1999].

vou esperar ansiosa os próximos projetos da céline sciamma [diretora]. alguém que nasceu na mesma década que eu e já fala tão bem sobre coisas que vão além daqueles 85 minutos, daquela tela e daqueles diálogos, merece minha atenção.

08 maio 2008

note to self: NÃO desviar o olhar.

07 maio 2008

aí minha contagem de plaquetas tinha caído pela metade, a dor no corpo não cessava e eu tinha oito horas pra decidir se estava ou não condições de viajar para um congresso no qual eu apresentaria um artigo.

um medo de passar mal longe de casa, de precisar tirar sangue/tomar soro numa cidade onde eu nem sei o endereço do hospital militar. mas ao mesmo tempo, o medo de me arrepender era bem maior, porque academicamente esse congresso era meu primeiro grande passo.

e eu fui. umas seis horas de ônibus. um calor miserento. muita confusão no cadastramento. palestras todas lotadas... até que eu consegui vaga no dia seguinte de manhã no auditório sobre recursos audiovisuais. e à tarde, no de cinema e música da argentina.

as discussões foram ótimas. fiquei chocada com o alto desempenho em espanhol dos palestrantes. me deu vontade de estudar mil vezes mais. é um absurdo ver uma pessoa se expressar perfeitamente numa segunda língua. você olha e sabe que toda aquela desenvoltura na verdade é o resultado de anos de esforço.

depois de tudo isso era minha vez. eu seria a primeira a apresentar da sala que debatia educação e tecnologia. óbvio que em se tratando de tecnologia algo daria errado... minha ansiedade era quase palpável e o computador não funcionava. eu ia falar sobre podcast e não tinha áudio, qual a chance? quarenta minutos depois, dois artigos apresentados na minha frente e um milagroso laptop emprestado e lá estava eu saindo da minha confortável posição de público para ficar de pé em frente a cinqüenta desconhecidos.

e é claro que eu me confundi, e falei umas besteiras, e pulei um slide sem querer. mas no fim da manhã [e alguns elogios depois] eu me sentia tão realizada. era eu ali, sabe? sete páginas de pesquisa escritas por mim sem a enrolação do jornalismo ou o corpo mole dos trabalhos universitários.

esse artigo é algo que eu me orgulho tanto que nem sei se as pessoas compreendem. e ninguém me disse o que fazer ou como fazer. o tema é meu, o foco foi escolha minha, a bibliografia não me foi passada pelos orientadores. eu corri atrás. e é essa sensação boa de competência que eu pretendo sentir profissionalmente [e não o abuso infinito todo dia de manhã quando eu vou pro vale de lágrimas].

voltei pra natal no mesmo dia que apresentei. tava só a capa do batman... morta de cansada. e com as recomendações de muita hidratação, eu já tava chegando no meu quarto litro de água em menos de 24h. uma loucura. mamanguape nunca foi tão longe. e o motorista nunca foi tão lento.

e foi assim que eu sobrevivi: ao aedes, ao nervosismo, à onipresente vontade de fazer xixi e ao inferno na torre que é recife em maio. cruzes.

29 abril 2008

dengue? créu!

27 abril 2008

ano passado, quando eu tava em curitiba e fui conhecer o museu oscar niemeyer uma das exposições em cartaz chamava 'instantâneos da felicidade'. era uma sala só com fotografias em preto e branco tentando capturar o tal sentimento...

uma foto em especial me chamou a atenção: duas meninas com cara de danadas, uma falando no ouvido da outra. aí lembrei disso essa semana e fui caçar mais informações. a foto é de 1979, chama "o segredo - eglantine e laurence" e a autoria é do jean-philippe charbonnier.

linda.

19 abril 2008

there's no chance
at all:
we are all trapped
by a singular
fate.

nobody ever finds
the one.

- charles bukowski [em alone with everybody]

18 abril 2008

.friday.

outra madrugada. não tão de bem com a vida. sei lá, high school never ends. em questão de minutos eu voltei a ser apenas a gordinha de óculos e aparelho que é muito ruim em matemática.

aí volto a me sabotar mantendo aquele velho comportamento passivo-agressivo com meu corpo, consumindo mais doces do que deveria e fodendo ainda mais com as unhas já roídas.

e não consigo terminar o trabalho de pesquisa em comunicação. meus níveis de concentração beirando o inexistente. porque o que eu queria mesmo agora era saber como eu devo me sentir. insistir ou desistir, qual a diferença mesmo?
i guess i just wasn.t made for these times.


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meu gato começou a miar bastante agora no quintal e assim que eu abri a parte de cima da porta uma chuva inesperada caiu bem forte, mas muito rápida. uma coisa meio cinematográfica, rá. fiquei olhando e me perguntando se tudo que é inesperado e forte [porém bom] obrigatoriamente tem que acabar rápido. porque essa metáfora caberia perfeita na minha vida. e eu queria dormir com chuva...

16 abril 2008

mais uma noite de insônia desse organismo que não se importa com o fato de que daqui quatro horas é hora de acordar e seguir pro vale de lágrimas [a.k.a. estágio]. nessas situações pré-olhos-de-panda [porque é óbvio que amanhã minhas olheiras estarão pelo meio da bochecha], eu viro uma bomba de insights. altas epifanias em loop reverberando na cabeça vazia e no coração mezzo cheio.

eu achava que 2008 ia ser surpreendente. e, caralho!, ainda estamos em abril e eu já tô boquiaberta [adoro a expressão e sempre quis usá-la quando coubesse. ganha até de ensimesmado]. vinte mil coisas acontecendo, minha vida pessoal com trilha sonora e pensamentos com destinatário, jornada quádrupla de obrigações, dois livros sendo lidos [um em inglês, inclusive].

bizarramente, agora acabei de me sentir feliz. independente do excesso de quilos na balança e da falta de dinheiro no banco. [e da completa falta de vergonha na minha cara por ter roído todas as unhas].

e hoje depois de conversar com vitor fiquei refletindo [hahahaha] os tais adventos da sociedade alternativa. todas aquelas coisas que viraram must see to be cool. e não é síndrome de underground não. eu quero mesmo que todo mundo veja todas as coisas que estão aí para serem vistas. mas é tão estranho que existam duzentos indie kids ao seu redor e só uma pessoa tenha sentido aquele filme como você sentiu, e só uma pessoa também compartilhe sua sensação de bem-estar ao escutar xilofones numa música cantada num inglês cheio de sotaque.

o lado bom é ver que essas pequenas coisas repartidas tornam ainda mais próximas as pessoas queridas. porque foi essa linha de pensamento que me fez perceber quando eu estava viajando que 'casa' é, na verdade, todos os loucos que te amam e você ama de volta com a mesma insanidade. [e lendo isso vejo que ficou uma coisa meio lilo & stitch... "ohana quer dizer família e família quer dizer nunca abandonar ou esquecer"].

quando eu penso em situações boas, eles -os loucos- sempre estavam lá. fosse no deck de um parque bronzeando a barriga no sul do país, fosse num apartamento em são paulo do tamanho do meu quarto em natal me dando remédio pra cólica, fosse dançando comigo até às 5am num salão de beleza.

então, eu queria dizer pra 2008 assim: pode jogar que eu mato no peito. só pra terminar com uma metáfora futebolística já que hoje é quarta-feira e eu tô feliz.

11 abril 2008

porque ela disse:
"uma pessoa que não goste de múm não merece estar na sua vida".

e eu achei lindo ♥

10 abril 2008

lá por volta de 2004, eu tinha muito tempo livre e uma disposição absurda para conhecer bandas novas. o site da tramavirtual e do senhor f eram os nomes mais significativos dos meus favoritos.

e apesar de achar que mudei um bocado, tem algumas coisas dessa época que ouço muito até hoje tipo 'suite number five', 'lazy chickens' e 'a euterpia'.

da primeira não se tem registro de atividade há anos, nem se encontra mais nada na internet. eu tenho quatro mp3. eles eram de campinas e porra! como eu queria ter visto algum show.

com o lazy chickens a história é mais bizarra ainda. se não me engano eram três meninas de curitiba que gravaram um cover de le tigre e uma música própria chamada 'so going to hell' [meu hino pra quando estou com raiva] e sumiram.

a euterpia é a única que continua compondo, gravando e fazendo shows. lá em belém. e isso pretty much anulava qualquer chance de vê-los ao vivo algum dia. até o mês passado quando murphy deu uma trégua no roteiro barato da minha vida e levou a euterpia pra tocar em são paulo exatamente no final de semana que eu estaria lá.

foi tão lindo. eu conhecia todas as letras. eu e todos os paraenses que estavam na funhouse aquele dia. hahaha. parecia que tinham me levado para uma realidade paralela com toda a trilha sonora de quatro anos atrás.

e teve uma importância simbólica gigantesca, como um tapa no meu juízo dizendo "move on, estúpida". e desse jeito tão sutil minha paranóia encerrou um ciclo. ruptura, finalmente.

não fosse a fumaça do cigarro alheio fudendo com meu sistema respiratório for good naquela noite e teria sido perfeito.


ah, se não fôssemos tão mortais.

07 abril 2008

there was no angel on one shoulder or devil on the other, no mental list of pros and cons or quick scans of potencial consequences, ramifications, or backup plans. no solid thoughts of any sort whatsoever - just an all-pervasive sense of calm and determination, coupled with a deep understanding that i simply could not tolerate one additional second of the present situation.

- bette robinson [em everyone worth knowing, da lauren weisberger]

03 abril 2008

a cena é essa:

eu. gravando um cd. ops. tentando gravar um cd. escolhendo as faixas... [é presente para uma pessoa]. abro pastas, escuto músicas, vejo as letras. e, caralho!, só tem declaração de amor/coração partido.

que bosta.

31 março 2008

note to self: quando as coisas estiverem ruins, lembrar sempre dessa sensação do começo... com possibilidades e vontades infinitas.

30 março 2008

top 10 músicas que mexem diretamente com aquelas sensações que não têm nome, mas perturbam que é uma beleza...

borders - whitest boy alive
the good that won't come out - rilo kiley
boats and birds - gregory and the hawk
makes me wanna die - tricky
we have a map of the piano - múm
easy way out - elliott smith
feeling good - nina simone
i found a reason - cat power
debate exposes doubt - death cab for cutie
in a manner of speaking - nouvelle vague

26 março 2008

.love sick.

sou muito chata com cinema, sabe? não me importa o quão bem executado um filme seja, minha relação com a sétima arte é extremamente passional. para que um filme entre na minha lista de preferidos precisa ter aquele "wow factor"... algo que me surpreenda, me choque, faça com que eu me identifique, essas coisas.

essa é a mágica. quando você percebe que se identifica com um filme romeno sem nem saber apontar o lugar da romênia no mapa da europa.

love sick [legaturi bolnavicioase, 2006]

o filme passa em bucareste, não tem nenhuma discussão "ui somos uma sociedade pós-comunista" e a história é mais ou menos assim: duas garotas, alex e kiki, se conhecem na universidade, moram no mesmo prédio e se tornam amigas inseparáveis. alex é bem tranquila, mas tem personalidade forte e kiki é extrovertida e meio instável. gradualmente a amizade vai se transformando em algo que só elas compreendem. e o diretor, tudor giurgiu, teve a sagacidade de explorar essa relação de uma forma sutil e delicada.

o golpe do absurdo vem com a personagem de sandu, irmão de kiki, que nutre ciúmes gigantescos por ela, dando margem a toda uma história paralela de amores doentios e parará.


além de ter adorado o filme, bucareste é uma piração antiga minha. de quando eu tinha 12 anos, lia sidney sheldon e muito me imaginava como a personagem de 'o capricho dos deuses'... ou seja, embaixadora de algum país do leste europeu. fiz vestibular pra relações internacionais e tudo.

aí depois desse filme e de "4 meses, 3 semanas e 2 dias [4 luni, 3 saptamani si 2 zile, 2007]", eu mergulhei na loucura. altos sites de como aprender romeno, buscas por música romena, até encontrei uma menina de Ploiesti (56km da capital) que estuda português e gosta de ivete sangalo. ahahahaha. já sei me apresentar e dar tchau.

buna, numele meu este juliana.
olá, meu nome é juliana.

la revedere.
tchau.

preciso contar depois da vez que pirei na dinamarca. a ponto de sair com um dinamarquês que tava de mochilão pelo brasil e passou uma noite em natal na ponte-aérea (cofcof) pipa-fortaleza.

24 março 2008

eu costumo dizer que 2005 foi o pior ano da minha vida. e que depois dele qualquer ano seria minimamente agradável, porque não há mal que sempre dure.

2006 foi calmaria e 2007 foi esperança. e pra esse ano em curso escolhi duas palavras: coerência e despedida.

tomei algumas decisões bem importantes nos últimos dias e ontem, depois de mergulhar no mar cheio de golfinhos, tive certeza que vai ficar tudo bem. o que tem que ser vem com muita força.

aaaaaah, a paz!




21 março 2008

saudade de ana áurea e ana luiza.
saudade de alguém só pra mim nesse saara.

porque com elas duas eu adquiri um nível de amizade e profundidade que eu não tenho com as outras pessoas. algo que eu nem explico, só sinto. e agora elas duas estão lá, em curitiba, morando juntas, cada uma perseguindo seu sonho, que é o que eu desejo pra elas, mas isso não torna mais fácil estar aqui sozinha, sabe?

quando aninha luiza foi embora em 2006 demos uma pantufa de monstro para ela ficar aquecida e protegida enquanto estivesse distante de nós. e agora que as duas estão lá acho que quem precisa da pantufa sou eu.

preciso de minhas amigas aqui para dormirem na minha casa, para intercâmbios de cds da chan ou livros do kerouac, para nossas reuniões de engorda, para todas aquelas tardes de alguma coisa sobre nada.

as únicas que eu podia ligar ao invés de procurar no msn.

- email velho.

devo parecer não me importar, mas a verdade é que penso bastante em você. e me preocupo. porque quando eu te olho hoje não enxergo mais aquele brilho estupendo que você tinha. e me dói dizer isso. não sei o que está acontecendo com a gente... estamos todos reais demais. como se tivéssemos perdido a inocência e caído em alguma realidade de livro de ficção sobre o futuro cinza.

a gente aprende o tempo todo, com dor, com amor, whatever... mas o que nos muda é o que fazemos com isso que adquirimos. a tal 'responsabilidade de ter olhos quando ninguém mais os tem' que eu li uma vez em 'o ensaio sobre a cegueira'.

[...]

o gato é uma maquininha que a natureza inventou; tem pêlo, bigode, unhas e dentro tem um motor. mas um motor diferente desses que tem nos bonecos porque o motor do gato não é um motor elétrico. é um motor afetivo que bate em seu coração por isso ele faz ron-ron para mostrar gratidão. no passado se dizia que esse ron-ron tão doce era causa de alergia pra quem sofria de tosse. tudo bobagem, despeito, calúnias contra o bichinho: esse ron-ron em seu peito não é doença - é carinho.

- ferreira gullar [em "um gato chamado gatinho"]

meu filho mais novo dormindo

18 março 2008

não agüentei.
tive que copiá-la.


chan, meu amor <3

16 março 2008

eu sou eu e meus princípios. eu sou eu e minhas idiossincrasias. não há solidão que me faça ter medo. i've been there. many many times. e experiências alheias também não vão me servir... as minhas serão sempre mais importantes. porque no fim de tudo, sou eu e minhas músicas, eu e meus livros, eu e meus gatos, eu e meus filmes. simples assim.

e ninguém é um conceito fechado. no entanto, sempre existem pessoas tentando te provar que seu modo de agir, ser, pensar, até respirar está errado. já diria o bukowski em 'the genius of the crowd': beware the preachers. beware the knowers.

quando eu coloco os últimos quatro anos em perspectiva, as coisas até que fazem sentido. as escolhas, as perdas. nada parece terrivelmente errado ou fora do lugar, como eu costumava pensar.

essa é a parte boa de crescer. perceber que o estrago das decepções se torna quase nulo.

15 março 2008

note to self: em dias como o da poesia, evitar ir trabalhar com o all star mais fuleiro e uma camiseta de menino do cbgb.

14 março 2008

05 março 2008

indo pra são paulo pela segunda vez em menos de três meses.

[e como sempre andando ali de mãos dadas com a fragilidade perigosa de se corromper].

04 março 2008

não precisa controle. não é linear. está em tudo. e é tarde... demais. e acaba. acaba o tempo todo. cada dia a mais é um a menos. como na música. como nos livros. como em tudo ao seu redor. como na bula. do remédio. para a dor. pára a dor? nada pára. movimento sempre. desde que o essencial se mantenha. ela disse. todos dizem. e faz sentido? e é sentido? sentir, perder, ouvir.

-um ano atrás.

03 março 2008



meu novo vício.

02 março 2008


- ¿dónde estuviste todo el día?
- atascado en el tráfico.

she thought it would be fun to try photography.
she thought it would be fun to try pornography.
she thought it would be fun to try most anything.

she was tired of sleeping...

- belle and sebastian [em beautiful]

01 março 2008

eu vou discotecar na festa do cartaz abaixo e tô aqui, 04h34, ouvindo billie holiday repetidamente.

trocaria todo o róque para viver em 1940/50.

29 fevereiro 2008

a segunda vez é sempre melhor



Festa LO QUE SEA #2

a única festa de discotecagem rock [porque somos machos pra caralho] e new rave [porque também temos nosso lado travesti] em natal.

ambiente bonito, colorido, com espelhos, puffs, projeções.
ingresso justo. bebida barata. gente bonita.
banheiro decorado para uma pausa fotográfica [wc sessions].
e o melhor: no hay banda!!!

no mesmo dia vai rolar um show do asa de águia na via costeira. comemoração dos 20 anos da banda [sic]. e preciso registrar que a LO QUE SEA não é o asa, mas também arrêa!

fica a reflexão.

27 fevereiro 2008

você sabe que alguma coisa na sua vida precisa mudar quando entra numa loja, experimenta o maior short [tamanho 40] e ele não cabe em você.

26 fevereiro 2008

note to self: cobiçar a mulher alheia atrai bad karma.

25 fevereiro 2008

resultado final:

Filme - Desejo e Reparação X
Ator - Daniel Day-Lewis
Ator Coadjuvante - Javier Bardem
Atriz - Marion Cotillard
Atriz Coadjuvante - Cate Blanchett X
Diretor - Joel e Ethan Coen
Roteiro Original - Juno
Roteiro Adaptado - O escafandro e a borboleta X
Música Original - Falling slowly
Filme Estrangeiro - The counterfeiters
Filme de Animação - Ratatouille
Fotografia - Desejo e Reparação X
Figurino - Elizabeth: A Era de Ouro
Montagem - O Escafandro e a Borboleta X
Maquiagem - Piratas do Caribe - no Fim do Mundo X
Efeitos Visuais - A Bússola de Ouro