28 maio 2008

consegui escolher meu tema.
e vou fazer o *caham* "ensaio fotográfico" hoje.
até esse momento [antes da execução], a idéia parece genial... vamos ver depois.
se eu gostar do resultado, coloco aqui.
e a parte que me preocupava - do texto complementar - vai encaixar direitinho com as paranóias de um teórico que eu tô lendo.

agora é só contar com o bom humor do professor.

21 maio 2008

preciso de ajuda!
eu tenho o seguinte trabalho para fazer:

produzir uma narrativa visual fotográfica, a partir de uma temática livre, composta por 10 (dez) fotografias em qualquer formato (vertical ou horizontal) e em qualquer plano, tendo abaixo de cada fotografia um texto complementar (como uma foto-legenda, corpo 12, espaço de entrelinhas simples).

e não acho nenhuma temática interessante.

todo mundo tá me sugerindo estética da pobreza. só que eu odeio essas merdas. ficar fotografando mendigo, vendedor ambulante, criança de interior e bairro pobre não é comigo. acho muito fácil ir lá, conversar, fotografar, usar a imagem e não se assumir como mais um idiota da classe média.

me lembro até de um trecho de closer, quando a alice fala algo como "all the glittering assholes who appreciate art say it's beautiful 'cause that's what they wanna see"... para sentirem que têm muita consciência social. e todo mundo sabe que nada pior do que capitalista com pinta de politizado.

bom, agora fica a interrogação: que temática usar para as dez fotos? tenho 11 dias.

20 maio 2008

de platônico para recíproco.

longos doze meses.

18 maio 2008

quando eu tô sozinha e penso nisso tudo - na força do email há um ano atrás, nas palavras da noite de ontem - me pergunto se existe mesmo poder da mente.

eu nunca quis tanto algo com tanta chance de se tornar real.

bem vinda, esperança.

17 maio 2008

note to self: nenhuma circunstância de unsafe sex vale essa maldita dor de cabeça. caralho.

15 maio 2008

lost in translation versão cupcake.



.daqui.

12 maio 2008

adolescência é provavelmente o tema mais batido do universo. já pegaram todos os clichês possíveis e fizeram um roteiro... tudo tão idiota ou estereotipado. o que eu não entendo é como pode que um período com tanta carga emocional seja retratado com tanta superficialidade?

eu sempre achei que o mais legal da adolescência era a incrível dimensão das coisas. nada é meio termo. os sentimentos todos aparecem em hipérboles e as frustrações ainda não começaram a fazer o seu papel de gradualmente deixarem a gente mais amargo e descrente.

aí esses dias eu vi esse filme francês chamado "lírios d'água" [naissance des pieuvres, 2007] e foi uma das melhores coisas já feitas sobre essa fase.


o filme é basicamente: garotas com 15 anos, nado sincronizado, growing up. tem a marie que é tímida e ainda tem jeito de criança e a floriane que é a dona das atenções masculinas e meio convencida. o filme não tem adultos e quase não tem meninos também. é uma visão feminina bem introspectiva do que é estar ali no meio do caminho entre a infância e a vida adulta.


marie fica completamente encantada com floriane desde a primeira vez que a vê, uma sensação que tem mais a ver com despertar dos sentimentos do que da sexualidade. e tenta se aproximar dessa menina que por ser muito bonita não tem nenhuma amiga. a relação delas começa como uma mistura de amor e submissão. floriane usa a forma como marie se sente para conseguir favores. mesmo que "a forma como marie se sente" ainda não seja clara para nenhuma das duas.


e o filme se concentra nelas, no que cada uma está passando durante esse processo de becoming a woman. é como espiar por um buraquinho uma história muito particular. não sei se cabe comparar, mas de alguma forma me lembrou "virgens suicidas" [the virgin suicides, 1999].

vou esperar ansiosa os próximos projetos da céline sciamma [diretora]. alguém que nasceu na mesma década que eu e já fala tão bem sobre coisas que vão além daqueles 85 minutos, daquela tela e daqueles diálogos, merece minha atenção.

08 maio 2008

note to self: NÃO desviar o olhar.

07 maio 2008

aí minha contagem de plaquetas tinha caído pela metade, a dor no corpo não cessava e eu tinha oito horas pra decidir se estava ou não condições de viajar para um congresso no qual eu apresentaria um artigo.

um medo de passar mal longe de casa, de precisar tirar sangue/tomar soro numa cidade onde eu nem sei o endereço do hospital militar. mas ao mesmo tempo, o medo de me arrepender era bem maior, porque academicamente esse congresso era meu primeiro grande passo.

e eu fui. umas seis horas de ônibus. um calor miserento. muita confusão no cadastramento. palestras todas lotadas... até que eu consegui vaga no dia seguinte de manhã no auditório sobre recursos audiovisuais. e à tarde, no de cinema e música da argentina.

as discussões foram ótimas. fiquei chocada com o alto desempenho em espanhol dos palestrantes. me deu vontade de estudar mil vezes mais. é um absurdo ver uma pessoa se expressar perfeitamente numa segunda língua. você olha e sabe que toda aquela desenvoltura na verdade é o resultado de anos de esforço.

depois de tudo isso era minha vez. eu seria a primeira a apresentar da sala que debatia educação e tecnologia. óbvio que em se tratando de tecnologia algo daria errado... minha ansiedade era quase palpável e o computador não funcionava. eu ia falar sobre podcast e não tinha áudio, qual a chance? quarenta minutos depois, dois artigos apresentados na minha frente e um milagroso laptop emprestado e lá estava eu saindo da minha confortável posição de público para ficar de pé em frente a cinqüenta desconhecidos.

e é claro que eu me confundi, e falei umas besteiras, e pulei um slide sem querer. mas no fim da manhã [e alguns elogios depois] eu me sentia tão realizada. era eu ali, sabe? sete páginas de pesquisa escritas por mim sem a enrolação do jornalismo ou o corpo mole dos trabalhos universitários.

esse artigo é algo que eu me orgulho tanto que nem sei se as pessoas compreendem. e ninguém me disse o que fazer ou como fazer. o tema é meu, o foco foi escolha minha, a bibliografia não me foi passada pelos orientadores. eu corri atrás. e é essa sensação boa de competência que eu pretendo sentir profissionalmente [e não o abuso infinito todo dia de manhã quando eu vou pro vale de lágrimas].

voltei pra natal no mesmo dia que apresentei. tava só a capa do batman... morta de cansada. e com as recomendações de muita hidratação, eu já tava chegando no meu quarto litro de água em menos de 24h. uma loucura. mamanguape nunca foi tão longe. e o motorista nunca foi tão lento.

e foi assim que eu sobrevivi: ao aedes, ao nervosismo, à onipresente vontade de fazer xixi e ao inferno na torre que é recife em maio. cruzes.