17 julho 2009

no café da manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas. e têm dias em que me sinto estrangeiro em montevidéu e em qualquer outra parte. nesses dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. as palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. então não estou onde estou. deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo, e não tenho, nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado.

- eduardo galeano [em o livro dos abraços]

2 comentários:

jv disse...

"no café da manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas". foda.

Anônimo disse...

"no café da manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas". foda. [2]